As doenças cardiovasculares afectaram, em 2007, mais quatro mil mulheres do que homens, sendo actualmente nove vezes mais fatais do que o cancro da mama. Para minorar o impacto destas patologias, a campanha Mulheres de Vermelho, promovida pela Fundação Portuguesa de Cardiologia, visa alertar as mulheres entre os 40 e os 60 para a necessidade de fazerem rastreios e mudarem estilos de vida.As doenças cardiovasculares causaram a morte a 22 mil mulheres em 2007, revela a Fundação Portuguesa de Cardiologia (FPC). Estas patologias afectaram, nesse ano, mais quatro mil mulheres do que homens, sendo actualmente nove vezes mais fatais do que o cancro da mama. O impacto destas doenças tem motivado a intervenção de várias sociedades e instituições. A campanha Mulheres de Vermelho, promovida pela FPC, visa alertar as mulheres entre os 40 e os 60 para a necessidade de fazerem rastreios e mudarem estilos de vida.
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) e o enfarte do miocárdio matam, em conjunto, nove vezes mais mulheres do que o cancro da mama, frisa a FPC. Luís Negrão, assessor médico da fundação, explica que "a mulher, enquanto está em idade fértil está protegida, podendo cometer excessos sem que a tensão arterial ou os níveis de colesterol subam. Mas, depois, paga com juros de mora". Enquanto os homens têm estes problemas mais cedo, as mulheres começam a revelá-los mais tarde e "a doença é mais intensa e mais incapacitante", diz o médico.Idália Moniz, secretária de Estado da Reabilitação e um dos rostos da campanha em 2007, refere que se "pretende que as mulheres tenham mais cuidado com a alimentação, façam exercício físico e meçam os seus níveis de colesterol, gordura ou tensão arterial. O normal é só o fazerem quando já tiveram algum percalço", lamenta. Com a pasta da reabilitação, recorda os momentos de visita a centros especializados, não só pelo sucesso que têm na recuperação dos doentes, mas sobretudo por "encontrar homens e mulheres cada vez mais novos em tratamento e com um olhar completamente apavorado". Muitos destes doentes ficam total ou parcialmente incapacitados para trabalhar. Dados do Ministério do Trabalho e da Solidariedade revelam mesmo a inactividade de 71% dos portugueses com deficiência, apesar dos vários programas que visam a integração.No caso da alimentação, há medidas em estudo, como a redução do teor do sal em alimentos ou a restrição da venda de determinados produtos em máquinas. Quanto ao desporto, Idália Moniz admite haver "mais pessoas a praticar exercício físico, mas o número é manifestamente insuficiente". Sobre as críticas de falta de espaços para o exercício, é peremptória: "Andamos permanentemente a deitar as culpas à falta de espaços, quando vemos em todo o mundo aglomerados de pessoas a praticar sem estruturas. Penso que falta aos portugueses um bocadinho de força de vontade".